domingo, 15 de novembro de 2015
FEMINISMO É REVOLUÇÃO!
O feminismo posso dizer que é o que mais apavora o conservadorismo hoje. Pois o mesmo, tem como foco a emancipação da parcela da população que historicamente oprimida e que em números é a maior parcela. Mas o por que que dessa maioria ainda em pleno 2015 é oprimida? O que falta para uma real igualdade entre ambos sexos? Por que o feminismo, que é um movimento de igualdade, que as pessoas insistem em comparar com o feminismo (que sim, conversadores com ausência de intelecto, são coisas beeeem diferentes) e condenam e TENTAM diminuir o movimento com discursos pobres e pequenos como "vai lavar uma louça"","falta de homem/macho/rola", "vitimismo", dentre outros que me embrulham o estomago e fritam meus neurônios só de lembrar e refletir de onde uma cabeça "humana" pode produzir tanta asneira.
Ficou claro, principalmente no ano de 2015, o quanto o destaque dos oprimidos incomoda, o quão difícil é pra oposição ver cada dia mais a gente firme e convicto, passando por cima de todos os discursos de ódios, mentiras e difamação. Firmo também, que o feminismo é o movimento organizado mais atacado, pois não são apenas os conservadores "batem" no coletivo, movimentos oprimidos praticam o ato de oprimir em nós, como se isso diminuísse as barbarias faladas e feitas com eles na sociedade (então, bem menos p vocês, quase nada de preferencia). Precisamos unificar forças e dar ênfase as vozes que o sistema opressor, conservador e ditador atinge diariamente com a sua cultura do "padrão, tradicional e normal" tentam calar todos os dias com atos e palavras baixas.
Conservadores políticos - como Eduardo Cunha, Jair Bolsonaro, entre outros políticos da bancada BBB (boi, bala e bíblia) - que com sua política preconceituosa, de direita, machista e conservadora praticam o retrocesso nos direitos já conquistado. Um exemplo próximo e recente, é a PL 5069 que humilha as mulheres que já foram humilhadas e abusadas pelos seus estupradores, cobrando das mesmas uma prova do estupro para que consiga a pílula do dia seguinte. PL que passa mão em cima de estuprador e permeia a cultura do estupro, PL a qual matará o dobro de mulheres que já morrem nas mãos de "açougueiros" em clínicas clandestinas e agora sem o uso da pílula irão aumentar os números de aborto ilegal no Brasil. Repúdio total aos retrocessos contra os direitos das mulheres e os direitos humanos que figura como o CUnha e seus discípulos vem proporcionando p Brasil. As leis feitas (e já aprovadas pelo congresso mais conservador desde 64)desse ano cortam os poucos direitos já conquistados, mostrando o quão pra trás o legislativo do nosso país está tentando nos colocar.
A naturalização do machismo e a cultura opressora (reproduzida por mulheres) de diminuir e julgar as mulheres por tudo "fora da linha" da linha seja por suas vestimentas, atitudes, ser ou não ser mãe, escolhas e outras coisas que são completamente do interesse e opção dela, causa a divisão entre mulheres que lutam pelo feminismo e mulheres que lutam contra o feminismo. Contando que as mulheres que lutam contra esse movimento lindo e emancipador esquecem que se hoje tem direitos - que não são todos que devemos ter ainda, mas estamos na luta pró totalidade dos direitos - é resultado da luta das mulheres e da morte de muitas delas, que morreram para libertar e emancipar o coletivo. Nossa voz precisa ser ouvida, o feminismo real e cotidiano precisa ser visto por olhos reais pela sociedade, fazer e viver o feminismo é lutar pela mudança rumo a igualdade, nem menos, nem mais, queremos ser iguais aos homens, sem medos, sem restrições, sem salários menores, sem a falta da autonomia de escolhas sem julgamentos externos, sem discursos hipócritas "ahh, quer igualdade vá se alistar no exército", querido, se não está feliz com o alistamento obrigatório, se organize e vá p rua lutar contra o que pautas em seus discursos machistas. Diminuir a luta do feminismo em piadas, não te faz mais macho, apenas mais babaca. O machismo mata, o feminismo liberta.
Feminismo é o mais lindo movimento emancipador e libertador existente na história. Tratar ele como algo ruim para a sociedade ou falta do que fazer, é o choro mais fracassado da oposição. Oposição o qual derrubaremos enquanto tentar nos parar. Feminismo é o maior ato de amor para as mulheres. Amar é emancipar, amar é respeitar, amar é libertar, amar é lutar, amar é revolucionar e revolucionar é destruir qualquer tipo de opressão e somar no feminismo, pois FEMINISMO É REVOLUÇÃO! - Ingrid Fraga.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
LAGRIMAS DO CONSERVADORISMO
O conservadorismo, protagonista principal das maiores barbarias vistas nas redes e nas ruas, que de forma natural ofende, repreende, oprime e mata todos os dias, é também o mais sensível dos seres. Quando falo dele, englobo os machistas, racistas, sexistas, classistas, homofobicos, fascistas, imperialistas e tudo mais que conhecemos bem. Em resumo, os humanos direitos. Vemos o quanto de vidro são eles, onde, pode exemplo, se verem um casal de homossexual na rua é sal nos olhos, pois podem virar (ou transformar os mais novos de sua família) em gays ou lésbicas. Mas que duvidosa essa tua orientação sexual, o qual uma simples olhada de supetão (pois prevemos que quando você vê algo que não goste na rua você não fique olhando, pelo simples fato de você não gostar) vai transformar você naquilo que vistes.
Ao meu ver, pessoas conservadoras, são aquelas vizinhas chatas o qual ficam o dia inteiro cuidando o que os vizinhos fazem (mesmo tendo muita coisa para fazer) e quando se encontra com outras vizinhas - do seu mesmo "nível" - debate a vida do fulano que está de boa só querendo viver a vida a sua maneira. Geralmente as vizinhas fofoqueiras, não são felizes, não são amadas, não tem uma vida interessante (já que tem que ficar cuidando da vida dos outros), em resumo do meu exemplo, as vizinhas são os conservadores. O qual mesmo tendo suas vidas, movimentadas e com número de coisas a se fazer, perdem tempo fiscalizando foda, fiscalizando vestimenta alheia, fiscalizando a vida e as condutas dos "diferentes" dos seguidores de padrão. Conservadores como, Cunha e Malafaia, além de ganharem dinheiro as custas da fé dos seus seguidores claro, eles não tem senso algum, pois alguém que se presta a todos os sábados gravar um programa de TV falando mal de homossexuais (S. Malafaia), esqueceu de entrar na fila do semancol quando nasceu. Tão mesco, sujo e pequeno, a conduta dos conservadores não é defender de maneira saudável o que acham certo e sim semear o ódio e a intolerância pelo mundo inteiro. Gerando atritos entre esquerda x direita, pois o que antes era uma luta de classes, hoje é uma luta por direitos humanos. Onde se vê na direita, discursos absurdos contra LGBT's, MULHERES, NEGROS (sim, pois indiretamente a direita brasileira faz discursos racistas o tempo inteiro), dentre outros alvos diários dos discursos conservadores e de direita. Pois se não és branco, hetero, cristão e submisso ao seu marido (caso seja mulher) você está disposto a qualquer momento ser alvo de critica desses reais terroristas, que só negativam a sociedade com suas falas e atos de ódio e intolerância.
Quando a ala conservadora vê que seus alvos de opressão crescem e aparecem, seja eles qual for, ele vai ser de forma imediata difamado. A prova mais recente, foi o Feminismo no ENEM 2015, onde durante a prova apareceram temas relacionado a mulheres e feminismo, ou seja, o INEP "humanizou" as questões e trouxe para a prova a realidade das lutas feministas. Questões de pautas, que segundo eles fazem parte do GOLPE COMUNISTA, e a redação (que fez eu me arrepender de não ter ido fazer a prova) sobre a violência contra a mulher. Seres (não chamarei de humanos pois para conquistar esse "status" de humanos no MEU BLOG é necessário ser no minimo um ser com amor ao próximo) como Feliciano e Bolsonaro tiveram a audácia de irem reclamar nas suas redes sociais e falar que o ENEM estava difamando e batendo de frente com a família brasileira e a doutrina cristã. Sinto informar, mas sua doutrina cristã e sua família tradicional brasileira estão tão sensível quanto a opção sexual dos senhores. Sem citar claro, os machistinhas de "likes" e "retwittes", que fazem tudo para aparecer nas redes sociais. Seres assim, faço questão de passar na frente de cabeça erguida e ainda mandando beijinho no ombro.
A prova que somos mais fortes e colhemos (e colheremos muito mais, pois a luta não para, só cresce) os frutos da nossa garra foi essa prova aplicada no domingo. Pois mesmo sabendo que incomodaria - e incomodou - muita gente, a bancada da redação do MEC foi ousada o suficiente em colocar um tema como esse. Um tema que para nós, feministas e militantes, e para todas as mulheres que sofreram e sofrem com as diárias violências é uma grande vitória. Hoje sabemos que 7 milhões de pessoas tiveram acesso ao conteúdo e a uma das pautas o qual lutamos todos os dias. Que essa ousadia do ENEM amplie e incomode muito mais, que abordem temáticas como LGBT's e as ditaduras conservadoras e padronistas do nosso país.
Com as lagrimas de ódio e intolerância, aconselho aos conservadores que depositem elas em térmicas e xícaras de chá, pois recomendo que eles tomem muitos calmantes para segurar essa onda colorida e cheia de amor, que eles chamam de tantas coisas. Isso é só o começo, assim como fizemos a muito tempo, seguimos na luta por muito mais direitos, respeito e amor! Vida longa ao INEP, vida longa ao feminismo, vida longa a todos que lutam contra o conservadorismo, vida longa a todos que lutam com e pelo o amor! - Ingrid Fraga
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
21.10.2015 - O DIA EM QUE O BOM SENSO TIROU FOLGA.
Tinha tudo para ser uma quarta-feira "normal", onde juntxs, como de costume, iriamos enfrentar piadas e discursos preconceituosos, combatendo o mesmo de maneira tranquila e com muito amor (como sempre fazemos). Mas não, o senhor do tempo resolveu dar uma "pitada" de diferença no dia de hoje, desligando o bom senso das pessoas que já não tem senso algum, pois é, se duvidávamos que poderia piorar, Eduardo Cunha (presidente da câmera dos deputados, deputado federal pelo PMDB. Maior golpista e fascista que tive o desprazer de conhecer nessa vida. Portador de contas milionárias na Suíça e carros em nome de Jesus, machista, sexista, homofóbico, classista..) nos mostrou que ao contrário do que o deputado federal, Tiririca, dizia em sua campanha, sim pode ficar, e muito, pior!
Hoje, para começar, tivemos o retrocesso que incapacita - mais ainda - a mulher da autonomia da escolha de ter ou não um filho, antes mesmo de pensar em ser um feto. Que é o projeto que proíbe a venda da pílula do dia seguinte, pois (segundo a bancada evangélica e seu líder, Cunha) a mesma serve como método abortivo - não gente, não é piada, antes fosse -, destacando que eles em """""nome de Deus""""" são contra qualquer ato contra vida. Meio contraditório pois fazem parte da bancada BBB (bala, boi e bíblia) o qual está aliada - dentro e fora - do congresso com ex militares, policiais e outras "autoridades de segurança" que visam a morte de pessoas para solucionar casos como, por exemplo, roubo de supermercado, até porque, bandido bom é bandido morto, né deputados? Mas como não há mal que não possa piorar, o ilustríssimo Eduardo Cunha, já pos na mesa a votação da criminalização da H-E-T-E-R-O-F-O-B-I-A, mas claro, convenhamos, deve ser muito oprimido ser branco, rico, hétero e machista, tadinhos, não? Voltando ao retrocesso que foi a votação contra a venda de pílulas do dia seguinte, isso foi a prova real o quanto a direita conservadora do Congresso Nacional machista está contra as mulheres e todas as "tribos" o qual ferem sua, que os mesmos dizem ter, boa conduta. Votar para o corte da a venda desse medicamento, é compactuar com o crescimento descontrolado da população (que em sua maioria ficará desamparada, pois boa parte das compradores da pílula são mulheres de uma classe mais desfavorecida que não querem ter filhos), é compactuar com a obrigação imposta pelo machismo que mulher deve ser mãe (mesmo contra sua vontade), é compactuar com um falso moralismo opressor diário que infelizmente está naturalizado.
Mas se não bastasse a dor de cabeça que o Cunha nos proporcionou, nos deparamos com comentários disfarçados de humor que carregam pedofilia explicita envolvendo a participante de um reality show infantil, Valentina. Onde nas redes sociais, principalmente no twitter, o programa jr. de culinária foi completamente sexualizado com piadas de baixo calão envolvendo participantes, mas principalmente a menina Valentina de 12 anos. A naturalização da opressão, disfarçada de humor e piadinhas sem graça, traz para nossa sociedade coisas como a pedofilia em discursos virtuais como brincadeira. Valentina, que provavelmente acompanhou alguns twitts desse dia lamentável, se deparou com coisas do tipo: "valentina vai gostar de mete linguadinha na b* to sentindo o cheiro de coiro daqui" "sobre essa Valentina:se tiver consenso é pedofilia?" "#valentinanaplayboy , entre outras coisas que provavelmente assustou ela, por ser uma criança de 12 anos, convenhamos, eu com 20 anos fico completamente anojada e assustada com discursos como esses. Discursos os quais são rotineiros na vida de muitas meninas que estão passando pelo processo de crescimento do seu corpo e que são oprimidas pelo "machismo-pedófilo" que desde nova tentam resumi-las em objetos sexuais. Parei para ler outros twitts dessas "pessoas" e para a minha, não, surpresa, advinha.. Quase 99% desses seres podres, são seguidores do dep. Jair Bolsonaro, ou como eles mesmo dizem, Bolsomito (para eu, bolsomerda). Acho que isso já responde boa parte das questões sobre o que essa gentalha tem na cabeça.
Que dias como o 21.10.2015, seja para fortalecimento e convicção das nossas pautas e lutas, que não caia no esquecimento os protagonistas do show de horror do resultado da proibição da venda da pílula (os deputados), que não caia no esquecimento quem os pedófilos escrotos e opressores do twitter seguem e admitam (Bolsonaro). Que dias com tanto retrocesso como esse, seja 1 em 1 milhão que conquistaremos nossos direitos e fortaleceremos o respeito por todxs. Precisamos nós, coletivos por igualdade, unificar nossas forças e ir para as ruas pelos direitos das nossas mulheres e pelo direito da venda e compra, legal, da pílula do dia seguinte. Todo nosso amor as crianças vítimas de pedofilia todos os dias no mundo inteiro, todo amor a todos nós que lutamos contra toda forma de ódio, todo amor a nossas lutas e todo amor ao nosso amor.
- Ingrid Fraga
terça-feira, 13 de outubro de 2015
FUI ABUSADA
Hoje, assim como todos os dias, fui abusada.
Abusaram de mim de várias formas,
Física, psicológica e até mesmo com os olhos.
Abusaram e abusam de forma incontrolável.
Abusam de mim quando me chamam de puta,
Pelo simples fato de eu estar me comportando fora dos "padrões",
Até mesmo por eu estar vestindo algo que não agrade seus olhos.
Ah, os seus olhos..
Um dos maiores abusadores, nojentos e sem limite algum,
Que percorre meu corpo da maneira mais nojenta, desde que comecei a "ser mocinha"
Olhos que algumas vezes nem esperam crescer,
Abusam de maneira pedófila e nojenta,
Duplicando o abuso.
Abusam de mim quando dizem,
Ou tentam dizer,
O que devo ou não vestir
Como devo ou não andar
Quem e quantos devo beijar.
Abusam de mim quando me culpam por tudo;
Por não me apaixonar,
Por não querer ter filhos,
Por não gostar do que "a maioria" (que particularmente, não sei que maioria é essa) gosta,
Por receber cantadinhas escrotas na rua, na instituição de ensino, no trabalho e até virtualmente,
Quando não passam dos limites, me culpando por eu ter sido estuprada.
Abusam de mim quando passam por cima do meu não,
Quando seguem fazendo chantagens emocionais
Até mesmo me perseguindo
Fazendo outras pessoas acreditarem que isso é romântico.
Abusam de mim quando romantizão meu drama,
Quando questionam "pra que feminismo?"
Quando falam que estou me fazendo de vítima,
Quando tentam me oprimir,
Quando tentam diminuir minha luta,
Quando ligam o feminismo ao vitimismo e até mesmo ao querer ser superior.
Em mim tenho todos os sonhos e vontades do mundo,
Vontades físicas, sentimentais e mentais.
Só minhas, MINHAS VONTADES;
Vontades que não precisam de seus rótulos, opiniões e principalmente não precisam do seu abuso.
Quando criança,
Não sabia o que queria ser quando crescer.
Hoje sem dúvida eu sei,
Quero ser livre do seu machismo, classismo, racismo;
Quero ser livre de seus rótulos, sua homofobia e de tudo mais de ruim que tiveres para me oferecer.
Enquanto insistires em me abusar
Terá que ouvir, obrigatoriamente, TUDO que eu quiser falar,
Palavras da minha cabeça, alma e coração.
Pois assim como Frida
Eu não me Kahlo.
/ Ingrid Fraga
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
FAMÍLIA ADICIONAL BRASILEIRA.
Na semana passada, nós brasileiros vimos ser aprovado no congresso nacional - muito mal presidido, que fique bem claro - um dos maiores retrocessos de 2015, talvez dos últimos 12 anos. O tal aquele, que diz que família tradicional é apenas entre união heterossexual (pai e mãe) e filhos, excluindo de maneira explícita as famílias compostas por pais do mesmo sexo, sem pais, sem filhos, enfim, excluindo TODOS os tipos de "agregação" embaixo do mesmo teto que não seja a citada. Ao contrário fica sendo o que, hein deputados que votaram a favor? Fico no aguardo de um nome para isso que vocês dizem não ser família, pois não é tradicional, claro, aos seus olhos conservadores, arcaicos e preconceituosos.
Eu vim de uma família completamente não tradicional, logo, de cara já saio do "novo" - que é mais velho que Blau Blau - termo de família. Em estados separados, tive casas onde as "bases" eram apenas pai, apenas mãe, avós (não casados com os pais dos meus pais), pelo Brasil a fora, tixs, primxs, etc., que compuseram e consolidaram suas famílias longe, e muito, desse padrão. Padrão que ao meu ver é opressor, homofóbico, machista, sexista, entre mil outros adjetivos que não perderei meu tempo citando. A bancada BBB (bala, boi e bíblia) conseguiram, mais uma vez, colocar as pessoas que se encontram fora do maldito padrão conservador "abaixo" deles. Mostrando o seu poder e sua família como exemplo, mas vem cá deputados, exemplo de.. (?) "PADRÃO E BOA MORAL", muitos já disseram e dirão isso. Quero saber, qual a imoralidade das famílias de todas as formas? Deixando claro, que nosso país é pluricultural, pluriracial, pluri tudo que vocês imaginarem e assim como todo o resto, foi imposto mais essa a nós, o padrão da família brasileira. Só que dessa vez o intuito deles foi muito mais amplo que aparenta, eles atingiram a mais da maioria do país, famílias com bases em mulheres ou homens (sem pai ou mãe), famílias onde os filhos/netos/sobrinhos não são criados pelos pais, famílias o qual os próprios irmãos se criam (pela ausência familiar parental), famílias onde homossexuais são a base - que ao meu ver o projeto tem como alvo maior a difamação dessas famílias- dentre outras famílias, sem filhos, que entraram no "fora do normal". Destacar, que as famílias fora do padrão são a maioria :)
Minha concepção de família as vezes parece ser algo tão surreal, mas quando vejo pessoas que carregam as mesmas idéias que eu vejo que, surreal são eles - Cunhas, Bolsonaros, Malafaias - que vomitam no verdadeiro significado da palavra família, que impõe seu ódio e mostram de forma clara que não sabe N-A-D-A do amor. Amor o qual é (ao menos deveria ser) o maior sinônimo da palavra família. Amor o qual não se vê se é hetero, homo ou qualquer outro tipo. Amor que não vê se é composta por pais, avós, tios, padrinhos e qualquer outro tipo de laço. Amor que adiciona na vida dos indivíduos que compõe aquele coletivo. Coletivo o qual tem o papel de base na vida, caráter das pessoas o qual compõe aquele "agregado" de gente dividindo o mesmo teto. Família não tem que ser tradicional, a família, a nossa família, ela deve ser a ADICIONAL BRASILEIRA. Adicionar amor, afeto, respeito, carinho e tudo de mais lindo que pode ser trocado por mais de um individuo. Família é aquilo que tem o papel de nos ensinar o que de mais lindo podemos fazer enquanto vivos, que é semear o amor e o respeito. Por tudo, todos e sempre!
Mães, pais, avós, tios, casais (homo e hete), filhos, animais de estimação, sobrinhos, afilhados, padrinhos, netos, irmãos, primos.. Enfim, qualquer tipo de coletivo familiar, vocês são lindos e sua família existe!
As famílias tradicionais, desejo amor! As famílias não tradicionais, desejo todo o amor e respeito do mundo! As famílias adicionais, desejo todo - o meu - amor e respeito.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
ESCOLHA SER O QUE VOCÊ QUER.
Quando nós mulheres nascemos, junto conosco vem um manual padrão praticamente mundial, qual nele o machismo e o conservadorismo impera em cada linha. Nele tem frases típicas como: "isso não pode, é coisa de menino", "senta igual mocinha", "menina de família", "assim nenhum homem vai te querer", entre outras que nós, mulheres, conhecemos beeeeeem! Começo o texto de hoje com um questionamento, quando os pais do século XXI cairão em sí e ensinarão suas filhas a usufruírem do que mulheres durante a história mundial morreram pra conquistar? E também, quando os pais de meninos ensinarão seus filhos que mulher não é o que eles querem que elas sejam e sim o que elas optam a ser, e também que mulher não é nenhum objeto de satisfação sexual masculina? Quando também os pais, de ambos os sexos, enfiaram seu conservadorismo na bunda e vão ensinar o amor e o respeito para os seus filhos visando uma sociedade livre de qualquer padrão arcaico que mata todos os dias, como o machismo por exemplo.
Escuto, de mulheres, desde que inicei minha militância que eu sou o "terror dos machistas" que se por um lado isso era emancipador (pelo bem comum do sexo feminino) pelo outro eu corria sérios riscos de não casar, não ter filhos e coisas do gênero. Admito, no início eu dava muita bola. Mas não temendo "ficar para a titia", o grande problema eram as meninas - de mesma idade ou superior a minha - se preocuparem com meus futuros não filhos e não casamento, como se isso fosse o apse da felicidade da vida de todas as mulheres do mundo. Acredito que muitas sonham com casamento, filhos, constituição da família e acho que se a mulher deseja ter filhos, casar, dividir sua vida entre família, vida social e pessoal, ela é livre e consciente de seguir atrás disso, como se ela quiser largar a vida construída até o casamento para cuidar dos seus filhos, ela deve ir também. Mas SE ELA QUISER, APENAS SE ELA Q U I S E R , não porque o histórico machista da família, seja dela ou dele, manda ela ir cuidar da família - de ambos - por uma questão machista onde antigamente dizia que o homem bancava e a mulher se submetia contra sua vontade a ficar em casa cuidando da família. A construção social da mulher nos tempos de vovó, até nos tempos de algumas de nossas mães, eram restrita à mulher ser empregada doméstica, da família, e objeto de reprodução, obrigando as mesmas a serem condenadas o resto da vida muitas vezes a infelicidade (sem colocar na mesa a questão patriarcal, que submetia muitas dessas mulheres à agressões físicas, morais e as vezes até à morte). Tudo isso pela questão machista da sociedade, que nomeava as mulheres separadas de inúmeras ofensas de submissão de valores comprada a outras mulheres, como por exemplo a mera palavra desquitada, que era usada de forma agressiva seguida por uma maré de ofensas como as conhecidas no nosso atual dicionario de adjetivos não legais (vagabunda, puta, sem vergonha..).
Cabe a nós, pessoas - homens e mulheres - do século XXI, quebrar mais esse padrão imposto para nossas mulheres. O qual praticamente a obriga a absorver a ideia que só será feliz, se além de toda a felicidade que ela correu a vida inteira para conquista, ela ainda vai ter que compôr sua família com casamento, filhos, cachorro e etc, pois ao contrário ela ficará falada na sociedade e também dentro da sua própria casa, pois se existe um setor da sociedade o qual oprime uma mulher como ninguém o nome desse setor é a própria família da mesma. Mas vamos com calma aí cowboy, vamos aos fatos: se a mulher tem filho cedo demais, ela é puta, irresponsável e não se valorizou. Agora, se ela opta pelo adiamentos da maternidade (deixa para ter depois dos 30) ou simplesmente por não ter filho, ela é fria, ela ficará para a ficará para a titia e até mesmo não é mulher de VERDADE? Que isso produção, me ajude a entender, além do machismo impor o que devemos ser ele também impõe o momento que devemos ser? KKKKKKKKKKK. Vocês e seu machismo não são nada para dizer quando, o que e quando um mulher tem que ser. Nós assim como os homens, somos donas do nosso próprio tempo, escolha e vontade. Decidimos o que, quando, onde, como e com quem.
Se eu quiser casar, casarei quando e com quem eu quiser. Se eu quiser ter filhos, terei quando e da forma, biológica ou adotiva, que eu quiser. Sentarei da forma que eu quiser. Usarei o que eu quiser, quando eu quiser e como eu quiser. Cantarei, ouvirei e dançarei o que quiser. Irei aonde me der na telha. Viverei a minha maneira, serei livre em busca da felicidade e sempre lutando pela felicidade de todas as mulheres (mesmo que elas de forma cega, me ofenda com discursos machistas). Agora, meninas que temiam meu futuro, se ser livre e convicta é ficar pra titia: FICAR PRA TITIA É UMA DELÍCIAAAAAAAA!
/Ingrid Fraga
terça-feira, 25 de agosto de 2015
A CARNE MAIS BARATA DO MERCADO.
Há quem diga que não existe Racismo no Brasil. Há quem diga que Racismo é a vitimização do negro oprimido. Há quem diga que não tem preconceito, pois até tem amigos negros. Chega de "há quem diga", pois quem dirá agora sou eu. A sociedade brasileira progrediu nesse quesito, mas progrediu pouco, MUITO POUCO. Assim como o machismo, homofobia e outras formas de preconceitos, o racismo está tão presente e tão naturalizado no cotidiano do brasileiro (volto a falar, sei que tudo que escrevo é a realidade de pessoas pelo mundo inteiro, mas falarei do meu país pelo conhecimento diário com nossos problemas) que muitas vezes passa despercebido pelos que falam e escutam. O Brasil sim é um país com muitas cores, culturas e crenças, mas existe uma cor, historicamente racista, que acaba impondo padrão com o intuito de "embranquecer" a sociedade.
Na história do Brasil, historicamente preconceitosa, não havia espaço importante para os não-brancos, os que convenhamos seguraram e seguram o Brasil no braço. Desde quando os portugueses vieram para essa terra até os tempos de hoje, o padrão europeu tentou varrer os costumes, culturas e etc dos não-brancos. Inferiorizaram as pessoas descendentes e não branca na sociedade. Colocando-os em troncos, senzalas, para carregar fezes humanas em baldes pelas ruas da cidade, usando as mulheres como objeto sexual dos homens brancos. Com a "evolução", se é que podemos usar o termo evoluir, e a miscigenação legal dos negros na sociedade, seguiram (e seguem) sendo extremamente segregados em áreas da sociedade. São marginalizados, as mulheres ainda são vistas como objeto sexual (mais que as mulheres brancas), ocupam o topo da lista de mortos por assassinatos no Brasil, são quase 90% dos moradores das favelas pelo país, são a minoria nas universidades, são os mais afetados com o desemprego e para concluir o pensamento inicial de como tudo está errado: são a maioria da população.
A tempos quero escrever sobre o Racismo aqui, porém hoje vivenciei um episódio (talvez natural na vida dos jovens negros) que me deixou extremamente indignada,como pessoa e também como filha e neta de negro, episódio o qual é crucial eu compartilhar para vocês para que quem nunca presenciou algo do gênero veja que não são apenas negros que vêem preconceito, quem realmente se importa com o bem estar da sociedade como um todo também enxerga. Estava sentada em um hipermercado (de nome extremamente grande aqui no Rio Grande do Sul), o qual não citarei o nomes mas chamerei ele de Zaza, localizado na Boa Vista, para quem não conhece uma das zonas mais nobres da cidade de Porto Alegre. Quando uma senhora(?)- aparentemente de uns 30/40 anos, loira, branca, muito bem vestida- saiu do mesmo e o alarme tocou, coisa que é normal, pois as vezes ele toca porque é doido. Mas o correto seria vir algum segurança e se assegurar que foi um mero erro do detector, como já fizeram comigo. Porém, o segurança da entrada após ouvir o alarme e visualizar quem era, não interviu na saída da moça. Tudo bem, tudo lindo, pensei comigo: ele é treinando para isso, sabe o que faz. Mas automaticamente na minha cabeça se criou o questionamento: e se não fosse uma mulher branca ou tão bem vestida quanto aquela moça e se fossem negros? Será que a reação neutra do segurança do Zaza seria a mesma? Enfim, eu docemente iludida parei de fazer aquela chuva de perguntas a eu mesma, confiando na justiça do trabalhador. Mas alguém em algum lugar me ouviu e para me responder as questão, enviou 3 jovens não-brancos, vestidos de forma "largada", com seus skates, bonés e gírias. De forma imediata que o mesmo trabalhador que não interviu na saída da senhora, agilmente acionou todos os seguranças sobre a entrada dos 3 rapazes ao hipermercado. A movimentação foi tão intensa, saíram seguranças até de dentro da minha bolsa se bobear, seguranças os quais perseguiram os mesmos com firmeza por todos os corredores do estabelecimento. A esperança deles era que um deles roubasse algo, uma bala que seja, para em meio da alta burguesia que frequenta aquele mer(da)cado, humilhar e agredir aqueles jovens. Mas deixaram de observar, que desde a entrada dos mesmos lá, já estavam criminalizando-os e humilhando os mesmo. Eu observei os dois lados durante os longos 10 minutos de perseguição, pois sim aquilo foi perseguição, até que os meninos saíram do mercado com seus 2 litros de refrigerante e seu pacotão de salgadinho.
Aposto que irão falar que estou sendo injusta com os trabalhadores, pois apenas recebem ordem. Trago em pauta que minha crítica não é aos "soldados" do racismo - nesse caso os seguranças do Zaza, mas sim os mandantes, aos chefes da segurança pública e privada, que preparam seus soldados para humilhar, oprimir, agredir e matar (como no caso das chacinas dentro das favelas do Brasil, onde quem morre é o não-branco e pobre, que luta - ou quando criança tem a família que luta- muitas vezes para ser alguém na sociedade, já que automaticamente já nasce inferior aos olhos de uma classe racistas, classista e conservadora). Deputados, como o Jair Bolsonaro, semeiam seu racismo nojento e ainda arrotam que: direitos humanos é para humanos direitos, mínimo como ouvir isso de uma pessoa que fala para Preta Gil que seu filha JAMAIS IRÁ NAMORAR UMA NEGRA POIS ELE FOI MUITO BEM EDUCADO. São esses tipos de "humanos direitos" que agridem, interiorizaram e mataram/matam/ matarrão indiretamente milhões de negros pelo Brasil e mundo.
Nós -independente da nossa cor,sexualidade,religião,forma física, estilo, região- somos iguais perante aos olhos da lei,na teoria né, pois na prática só somos iguais se formos brancos, heteros e católicos ou evangélicos. Sofremos preconceito por qualquer diferença que tenhamos fora dos "padrões" que os europeus e seus descendentes impuseram em nosso país que por natureza é pluralizado por sua diversidade de cores, gostos, crenças etc., e assim como os diversos preconceitos existentes o Racismo precisa ser combatido, chega de negros serem exterminados, criminalizados e humilhados nos espaços públicos, privados e redes. Chega de piadas racistas. Bora acordar e ver que não somos nós que enxergamos racismo em tudo e sim vocês que são cegamente hipócritas. Sonho em uma sociedade que sejamos imparcialmente sejamos iguais, por isso eu luto, luto pelo negro, pelo índio, pelo pardo e por todas as cores que o Brasil me proporciona deixando lindo e colorido nosso país.
/ Ingriid Fraga
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
MAIS IGUALDADE NO MERCADO TRABALHISTA.
A nova visão de futuro para muitas mulheres já não é a mesma de décadas passadas. Visam hoje,a maioria, primeiramente sua vida profissional (estudos e carreira),deixando para trás aquela figura arcaica de pensamento para sua vida. Essa emancipação dada as mesmas,causou uma nova imagem no mercado,onde em algumas áreas (além das históricas) já são predominadas pela ala feminina.
Não se pode igualar o fato do aumento significativo de trabalhadoras ativas no marcado, com a evolução (e logo igualdade) dos salários. Apesar das mulheres serem a maioria da população no Brasil,por consequência ocuparem mais lugares no mercado, não se isenta o extremo machismo predominante na sociedade brasileira, onde ainda trabalhadoras do sexo feminino recebem salário inferior aos homens que muitas vezes exercem a mesma função com a mesma quantidade de horas.
A evolução feminina nos setores trabalhistas é a grande vitória para o movimento feminista, mas não é o suficiente. Precisa-se de espaços iguais, salários, condições e principalmente RESPEITO com as mesmas.
sexta-feira, 31 de julho de 2015
1 EM 4.
A cada 4 minutos no Brasil 1 pessoa é estuprada. Por ano no mínimo 527 mil - estudo divulgado pela IPEA - pessoas, desse número gigante e alarmante apenas 10% dos casos chegaram ao conhecimento da Polícia. O que já sabemos que o número maior de vítimas são das mulheres, que ocupam exatamente 88,5% dos dados, dentro dos mesmo a metade dos números é preenchidos por meninas com idade abaixo de 13 anos de idade. São números predominantemente ocupados por pobres, negras, sem o ensino fundamental completo, dentre outras caracteriscas explícitas da população esquecida pelos governantes e sociedade. Mas não deixe que minhas humildes palavras iniciais esqueçam que esses crimes não estão presentes apenas nas zonas periféricas do nosso país. Ela se encontra desde a favela até o apse da zona nobre das nossas maiores capitais, não esquecemos por favor do caso do filho de um dos donos da filial da Rede Globo de Santa Catarina (RBS-SC), onde ele com 16 anos juntamente com o seu amigo - filho de delegado - de 14 anos e mais um elemento não identificado (ou abafado pela mídia), estupraram uma menina de 13 anos. Todos com condições financeiras explicitamente boa, ocupando o que seria tajado como "classe A". Até porque o dono de uma filial da Globo deve ganhar uns bons mils por mês. A questão tratada hoje ela não é classista, porém esse meu exemplo foi para mostrar que a violência sexual, está em todos as classes, em todas as zonas, em todos os ambientes, fruto apenas de um elemento: O MACHISMO.
Agora o que vocês provavelmente estão se questionando, se é que se importam com esses números, é o por que 90% dos casos não são levados as autoridades de segurança ou o por que tantas vítimas se calam perante tamanha brutalidade e desrespeito sofrido na mão de um (ou mais) " homens", se é que posso chamar esses monstros de homens. Posso, e vou, listar os principais motivos do quais esses relatos jamais chegam as delegacias, hospitais e as vezes nem aos ouvidos da própria família. Mas antes de listar, trago minha questão para vocês refletirem agora (ou algum momento da sua vida): QUANDO VOCÊ LÊ OU ESCUTA QUE ALGUMA MULHER, PRÓXIMA DE VOCÊ OU NÃO, FOI ESTUPRADA, O QUE PENSAS DE PRIMEIRO MOMENTO? PENSA EM COMO A VÍTIMA ESTÁ SE SENTINDO? OU ANTES DE QUALQUER PREOCUPAÇÃO COM A VÍTIMA QUESTIONA SOBRE DE QUEM É A CULPA? Bom se pertence a parcela (menor) das pessoas da opção número 1, sabes o porque 90% dos casos ficam embaixo do tapete, agora, se pertence a maioria machista que ainda insistem em procurar culpados por uma violência que o culpado é explícito, leia com bastante atenção o porque as vítimas preferem se esconder ao invés de expor seu drama em uma delegacia atrás de solução.
1. Vítimas de estupro sente na pele a dor e o extremo do machismo. Sentem medo, sentem nojo (as vezes mais de si do que do elemento que a violentou), tem sua realidade completamente mudada, tem sua rotina e sua vida alteradas pela violência sofrida. O papel da sociedade por inteira e sua família, seria ACOLHER, dando total assistência e refúgio que essa menina/mulher precisa. Assistência médica, policial e principalmente afetiva pessoal. Mas sabemos que na maioria dos casos não é assim que funciona. O que vemos são familiares, amigos e sociedade (muitas vezes) indignados, porém, balanceando a culpa. Culpando o agressor (somente e único culpado) mas dividindo a culpa desse resultado negativo e dramático com a vítima, culpando-a por sua vestimenta, às festas frequentadas, as músicas, o tipo de postura (no caso, a postuta "não-mocinha", em outras palavras não se dando ao respeito), culpando por ter se alcoolizado e por último, mas na minha opinião um dos piores discursos, a hora em que a vítima estava na rua. Lições de moral imposta por um discurso machista o qual nele a mulher tem que segui-lo de forma severa para evitar certos "desconfortos", um deles: ser estuprada. Fugindo dessa chuva de reações, o qual nem você que nunca passou por isso ou você que já passou tem ideia da forma que suas famílias e amigos irão ter, a vítima acaba optando pelo silêncio. Até porque tudo que ela NÃO PRECISA é de algum dividindo a culpa de algo que ela foi apenas e nada mais que vítima e as vezes até culpando-a de forma total. A ausência dessa segurança da mulher nos seus (em quem ela acharia ou poderia contar) é fruto de discursos prontos e repetitivos, que o machismo vem implantando desde sempre. Ela opta pelo silêncio por medo do julgamento da sociedade.
2. Boa parte das violências sexuais ocorrem "dentro de casa", quando uso o termo dentro de casa me refiro que os violentadores são homens conhecidos pela vítima ou pela família, sendo eles namorado, marido, tio, irmão, sobrinho, pai, padrasto,avô, amigo,vizinho,colega, etc., levando em consideração que quando o ocorrido é entre parceiros (maridos, namorados, ficantes) muitas mulheres não assimilam que foram estupradas, pois não levam em consideração ou não tem informação (digo isso pois vivemos em uma sociedade extremamente sexista e machista em que muitos pensam que a mulher está ali para servir o homem sexualmente, para o homem fazer o que quiser com sua parceira) que sexo forçado, mesmo sendo com seu parceiro, é estupro. Mas os homens em questão, que não forçam relacionamento com suas parceiras, fazem parte de um dado machista que diz que 52% dos homens desaprovam que suas esposas/namoradas vão a delegacia após um "sexo surpresa". Em outros casos, quando a vítima é violentada por algum familiar, a mesma se sente oprimida e com vergonha de chegar e alguém e relatar o acontecido por receio que seja julgada ou que balance a estrutura da "família brasileira". Ela opta pelo silêncio, pois vê a felicidade da sua mãe, da sua tia, sua irmã, enfim, qualquer familiar sua com seu namorado/marido novo. Ela opta pelo silêncio pois sabe que se falar para sua mãe que seu padrasto e o filho dele a molestou, ela não irá acreditar e ainda irá tirar a vítima de casa (fato verídico relatado a mim). Ela opta pelo silêncio pois para ela será menos doloroso ela sofrer essa dor sozinha do que se abrir com a família e ser julgada de forma humilhante, porque tudo que ela NÃO PRECISA nesse momento é ser mais humilhada que já foi.
3. O medo do que o agressor pode fazer com ela ou com alguém da sua família, pois na maioria dos casos o agressor faz uma tortura psicológica durante, antes ou pós o ato. O medo também de o mesmo de alguma forma colocar a situação "ao favor" dele, relatando que: "ela estava lá por vontade própria", " já tínhamos ficado, ela está inventando que foi a força para fazer birra", "ela disse não mas no fundo sabia que ela queria", entre outros argumentos absurdos que vocês já devem ter ouvido ou lido. Entre mais inúmeras calúnias, humilhações e agressões que a vítima se cala prevendo e temendo novas agressões. Ela opta pelo silêncio, para não sofrer mais que está sofrendo.
4. Ela opta pelo silêncio para fugir de discursos moralistas ou de pena, discursos os quais não somarão na sua dor e angústia, discursos os quais irão apenas renovar e aumentar a dor, exemplo: jogar soda cáustica em uma ferida aberta, só irá ferir mais que a mesma já está ferida, só irá faze-la pior, só irá faze-la se arrepender de ter se aberto. Vai parecer loucura o que vou dizer, muitos iram falar que estou sendo exagerada, mas não companheiro, muitas querem fugir do preconceito, ou acham que não existe preconceito com quem é estuprada? Trago uma questão para os homens, que tem uma visão mais surreal do verdadeiro drama que estou relatando (a maioria): VOCÊ SE RELACIONARIA COM ALGUMA MULHR QUE JÁ FOI VIOLENTADA? Lembrando que a maioria das mulheres violentadas tem sérios problemas de ressocialização principalmente quando se trata de relacionamento. Elas optam pelo silêncio para fugir dos procedimentos em delegacia e hospital, por vergonha de relatar, por vergonha de fazer os exames, optam por fugir da tortura em se condenar em tentar saber o que a pessoa que está ali, aquele mero desconhecido, está pensando sobre você e seu caso.
Acho que não preciso falar mais nada para mostrar para vocês o porque 90% ficam fora das delegacias né?
Quero deixar aqui o meu apelo, não apelo aos homens para que não estuprem as mulheres pois eles que faz isso são uns monstros nojentos e enquanto o machismo for cultural eles irão destruir vidas, mas sim para quem conhece ou foi vítima de estupro:
Você não está sozinha, não se sinta um lixo ou com vergonha do que fizeram com você. Quem tem que se sentir assim é a sociedade que oprimi e trata como se o que aconteceu com você tivesse um leque de culpados. Você sabe que não foi você a culpada. Erga sua cabeça e mostre para si o que você pode fazer por você. Vá até uma delegacia e relate o que aconteceu, eles não vão julgar você, não tenha medo e nem vergonha de ir sozinha (caso não tenhas em quem confiar). Vá ao hospital, faça os exames necessários e tome o que for solicitado. A sociedade é extremamente machista, mas você não está sozinha, existe muitas mulheres que assim como você estão sofrendo com a mesma dor que a sua (cada uma a sua maneira claro). Você denunciando o seu caso, pode salvar outras meninas/mulheres. Caso não queiram de hipótese alguma ir alguma delegacia ou se abrir com alguém da família, entre em contato comigo, sei que não nos conhecemos mas de duas coisas você pode ter certeza, não te julgarei e darei toda assistência possível. Fica o meu e-mail: pedago.ingrid@gmail.com para que entre em contanto comigo quando quiser, da forma de quiser (em anônimo ou não) e pode ter certeza que te acolherei com as energias mais gracinhas do mundo.
Você que conhece algum caso de estupro e saiba que a vítima tem vontade porém medo e vergonha de denunciar, façam isso por ela,liguem 180, acompanhe essa pessoa até à delegacia e ajudem como for preciso. Elas precisam de nós mais que imaginamos. Unidas somos muito mais fortes, hoje foi ela, mas poderia ter sido alguém dos seus ou até mesmo você. Sejamos a mão amiga para todas que pedirem e façamos o possível e impossível pela aquela menina/mulher, pois as marcas psicológicas na mesma já são eternas.
/ Ingrid Fraga.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
sexta-feira, 17 de julho de 2015
MULHER NA RUA x MULHER NAS REDES
Estamos vivendo uma realidade preocupante, não apenas no Brasil mas como moro aqui, falarei do que vejo no meu cotidiano, estamos colocando no mesmo patamar nossa vida "real" com a virtual. Deixando de lado, na maioria das vezes, os momentos como sair para conversar, ou seja, interagir pessoalmente, para ficar trocando mensagens via os meios que estão ai para serem meios de comunicacao casual e não única forma de interação com o mundo. As redes sociais, trouxeram a facilidade de se comunicar com quem está longe, porém com esse bônus vieram inúmeros ônus, como por exemplo os JUÍZES DA MORAL E BOAS MANEIRAS, pessoas as quais deixam a impressão que deixam de viver suas vidas físicas para pagarem de "fiscais de foda", "fiscais de bom comportamento", "fiscais de certo ou errado", etc; resumindo, pessoas de vida medíocre que só sabem falar mal dos outros e se recusam a refletir a merda de vida que elx tem.
Essas pessoas queridas e sempre de bem com a vida (que ao meu ver fazem um cursinho para ser o que são, pois os discursos e a forma escrota de julgar as coisas são as mesmas) tem seus alvos fixos. Os alvos dessa gente maneira geralmente pessoas que são o que são, que carregam a ousadia de ser a sua maneira, pessoas com o pensamento diferente da delas que não tem medo do que será dito pelo que pensam ou agem nas redes sociais. Claro, esqueci de ressaltar, nossos queridxs fiscais das redes são apenas corajosos de expor sua ideia contra seus alvos atrás de alguma tela. Essas pessoas que vivem nesse mundo virtual estão ai com o intiuto de ferir com palavras e imagens pessoas que não tem o mesmo "padrão" de pensamento dela, elas não estão expondo suas ideias e usufruindo de sua liberdade de expressão, estão semeando o ódio e alimentando uma cultura estagnada e conservadora.
As mulheres são os maiores alvos de ofensas das ruas e nas redes, seja a filha a favelada que mora na comunidade ou a Presidente. Agredida de forma física, verbal, moral, virtual. Tajada por suas atitudes, pelo que acha certo e cômodo PARA SI, optando por usar roupas longas ou curtas, por casar cedo ou viver uma vida amorosa longa e numerosa, optando por beijar homem ou mulher, optando por fazer pedagogia ou engenharia, entre outros quesitos os quais mulheres passam a serem alvo de preconceito todos os dias. Vejo no meu facebook, principalmente, xs queridxs fiscais julgando postura, palavras, forma de falar/se vestir/tirar foto; Usando de palavras agressivas como puta, vagabunda, piranha, etc, sem deixar passar as frases feitas completamente agresssiva: "não se valoriza", "merece ser estuprada", "isso não é mulher, é vagabunda/puta/vadia", etc. A naturalização do machismo é cada dia mais explícita nas redes (e nas ruas). Páginas feministas e seguidoras das mesmas são alvos diariamente de "bastiões da moralidade", pessoas que tentam de qualquer forma inferiorizar a mulher e suas forma própria de pensar e agir na sua vida, na sua página pessoal de uma conta própria na rede social. Vemos meninas, crianças, sendo sexualizadas e apedrejada com palavras todos os dias nas redes sociais, POR HOMENS E MULHERES que fique claro. Vemos todos os dias famosas e não famosas receberem comentários escrotos e nojentos, a maioria erotizado por homens que ainda vêem e tratam mulher como objeto sexual, vêem as mesmas - com o perdão do termo - como depósito de porra e que na maioria das vezes são da tese que estupro não é violência é sexo surpresa. Vemos vítimas de estupros sendo tajadas como C U L P A D A S pela violência sofrida, vemos ex mulheres mortas pelos seus exs companheiros tajadas como C U L P A D A S , vemos inúmeros casos de violência contra, independente da violência, que os nossos fiscais das boas maneiras fazem discursos arcaicos e conservadores desviando completamente o que mostrado e culpando a mulher. Culpa a mesma pelas vestimentas, por não gostar mais do seu companheiro e se separar e viver uma nova vida, pela forma que age, pela forma que fala, pela forma que vê o mundo, pela forma que se expressa, pelo que ouve, pela forma que dança, pelas suas tatuagens e/ou piercings que portam em SEU CORPO. Vemos tambem contradições diárias entre redes e ruas, mulheres que levantam bandeiras feministas no facebook/twitter/instagram/tumblr e em suas vida real praticam o machismo sem perceber, julgando as vezes a ex do seu atual (ou ao contrário) pelas roupas, pelo seu histórico sexual - que de maneira machista chegou aos ouvidos dela - , julgando e xingando as 'zinimigas' de puta ou piranha porque o vestido "mostra até o útero" ou "é um convite para passarem a mão", entre outras práticas que vocês, que são esse tipo de pessoa ou conhece alguém, sabe bem do que estou me referindo. Como também vemos pessoas que praticam o machismo nas redes, mas nas ruas usufrui de forma diária das conquistas feministas, exemplo bem conhecido, a cantora Anitta.
Encerro esse humilde texto de abertura do blog Fragamente , com um questionamento: ATÉ QUANDO MULHERES SERÃO HUMILHADAS PELO MACHISMO CONSERVADOR CULTURAL? ATÉ QUANDO OS FISCAIS VÃO PARAR E PERCEBER QUE DA MESMA FORMA QUE ELE JULGA ALGUMA MULHER, EXISTE OUTROS FISCAIS JULGANDO A MÃE, IRMÃS, PRIMAS, ESPOSAS/NAMORADAS, FILHAS, AVÓS, NÃO INTERESSA, MULHERES DA FAMÍLIA E DA VIDA DELX? Está, aliás , passou da hora das pessoas aprenderem o real significado do termo respeito social , passou a hora do caráter, da cultura e do respeito ser julgando e seguir um "padrão". Hora de pessoas como os questionadores de boas maneiras fecharem suas bocas e usarem seus dedos para coisas produtivas e abrirem suas mentes. Pois enquanto o machimo for cultura a mulher será tajada como um ser inferior e quando eu digo mulher, SÃO TODAS AS MULHERES, não vá achando que você ou as mulheres de sua vida estão fora disso.
/ Ingrid Fraga.
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