quarta-feira, 28 de outubro de 2015
LAGRIMAS DO CONSERVADORISMO
O conservadorismo, protagonista principal das maiores barbarias vistas nas redes e nas ruas, que de forma natural ofende, repreende, oprime e mata todos os dias, é também o mais sensível dos seres. Quando falo dele, englobo os machistas, racistas, sexistas, classistas, homofobicos, fascistas, imperialistas e tudo mais que conhecemos bem. Em resumo, os humanos direitos. Vemos o quanto de vidro são eles, onde, pode exemplo, se verem um casal de homossexual na rua é sal nos olhos, pois podem virar (ou transformar os mais novos de sua família) em gays ou lésbicas. Mas que duvidosa essa tua orientação sexual, o qual uma simples olhada de supetão (pois prevemos que quando você vê algo que não goste na rua você não fique olhando, pelo simples fato de você não gostar) vai transformar você naquilo que vistes.
Ao meu ver, pessoas conservadoras, são aquelas vizinhas chatas o qual ficam o dia inteiro cuidando o que os vizinhos fazem (mesmo tendo muita coisa para fazer) e quando se encontra com outras vizinhas - do seu mesmo "nível" - debate a vida do fulano que está de boa só querendo viver a vida a sua maneira. Geralmente as vizinhas fofoqueiras, não são felizes, não são amadas, não tem uma vida interessante (já que tem que ficar cuidando da vida dos outros), em resumo do meu exemplo, as vizinhas são os conservadores. O qual mesmo tendo suas vidas, movimentadas e com número de coisas a se fazer, perdem tempo fiscalizando foda, fiscalizando vestimenta alheia, fiscalizando a vida e as condutas dos "diferentes" dos seguidores de padrão. Conservadores como, Cunha e Malafaia, além de ganharem dinheiro as custas da fé dos seus seguidores claro, eles não tem senso algum, pois alguém que se presta a todos os sábados gravar um programa de TV falando mal de homossexuais (S. Malafaia), esqueceu de entrar na fila do semancol quando nasceu. Tão mesco, sujo e pequeno, a conduta dos conservadores não é defender de maneira saudável o que acham certo e sim semear o ódio e a intolerância pelo mundo inteiro. Gerando atritos entre esquerda x direita, pois o que antes era uma luta de classes, hoje é uma luta por direitos humanos. Onde se vê na direita, discursos absurdos contra LGBT's, MULHERES, NEGROS (sim, pois indiretamente a direita brasileira faz discursos racistas o tempo inteiro), dentre outros alvos diários dos discursos conservadores e de direita. Pois se não és branco, hetero, cristão e submisso ao seu marido (caso seja mulher) você está disposto a qualquer momento ser alvo de critica desses reais terroristas, que só negativam a sociedade com suas falas e atos de ódio e intolerância.
Quando a ala conservadora vê que seus alvos de opressão crescem e aparecem, seja eles qual for, ele vai ser de forma imediata difamado. A prova mais recente, foi o Feminismo no ENEM 2015, onde durante a prova apareceram temas relacionado a mulheres e feminismo, ou seja, o INEP "humanizou" as questões e trouxe para a prova a realidade das lutas feministas. Questões de pautas, que segundo eles fazem parte do GOLPE COMUNISTA, e a redação (que fez eu me arrepender de não ter ido fazer a prova) sobre a violência contra a mulher. Seres (não chamarei de humanos pois para conquistar esse "status" de humanos no MEU BLOG é necessário ser no minimo um ser com amor ao próximo) como Feliciano e Bolsonaro tiveram a audácia de irem reclamar nas suas redes sociais e falar que o ENEM estava difamando e batendo de frente com a família brasileira e a doutrina cristã. Sinto informar, mas sua doutrina cristã e sua família tradicional brasileira estão tão sensível quanto a opção sexual dos senhores. Sem citar claro, os machistinhas de "likes" e "retwittes", que fazem tudo para aparecer nas redes sociais. Seres assim, faço questão de passar na frente de cabeça erguida e ainda mandando beijinho no ombro.
A prova que somos mais fortes e colhemos (e colheremos muito mais, pois a luta não para, só cresce) os frutos da nossa garra foi essa prova aplicada no domingo. Pois mesmo sabendo que incomodaria - e incomodou - muita gente, a bancada da redação do MEC foi ousada o suficiente em colocar um tema como esse. Um tema que para nós, feministas e militantes, e para todas as mulheres que sofreram e sofrem com as diárias violências é uma grande vitória. Hoje sabemos que 7 milhões de pessoas tiveram acesso ao conteúdo e a uma das pautas o qual lutamos todos os dias. Que essa ousadia do ENEM amplie e incomode muito mais, que abordem temáticas como LGBT's e as ditaduras conservadoras e padronistas do nosso país.
Com as lagrimas de ódio e intolerância, aconselho aos conservadores que depositem elas em térmicas e xícaras de chá, pois recomendo que eles tomem muitos calmantes para segurar essa onda colorida e cheia de amor, que eles chamam de tantas coisas. Isso é só o começo, assim como fizemos a muito tempo, seguimos na luta por muito mais direitos, respeito e amor! Vida longa ao INEP, vida longa ao feminismo, vida longa a todos que lutam contra o conservadorismo, vida longa a todos que lutam com e pelo o amor! - Ingrid Fraga
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
21.10.2015 - O DIA EM QUE O BOM SENSO TIROU FOLGA.
Tinha tudo para ser uma quarta-feira "normal", onde juntxs, como de costume, iriamos enfrentar piadas e discursos preconceituosos, combatendo o mesmo de maneira tranquila e com muito amor (como sempre fazemos). Mas não, o senhor do tempo resolveu dar uma "pitada" de diferença no dia de hoje, desligando o bom senso das pessoas que já não tem senso algum, pois é, se duvidávamos que poderia piorar, Eduardo Cunha (presidente da câmera dos deputados, deputado federal pelo PMDB. Maior golpista e fascista que tive o desprazer de conhecer nessa vida. Portador de contas milionárias na Suíça e carros em nome de Jesus, machista, sexista, homofóbico, classista..) nos mostrou que ao contrário do que o deputado federal, Tiririca, dizia em sua campanha, sim pode ficar, e muito, pior!
Hoje, para começar, tivemos o retrocesso que incapacita - mais ainda - a mulher da autonomia da escolha de ter ou não um filho, antes mesmo de pensar em ser um feto. Que é o projeto que proíbe a venda da pílula do dia seguinte, pois (segundo a bancada evangélica e seu líder, Cunha) a mesma serve como método abortivo - não gente, não é piada, antes fosse -, destacando que eles em """""nome de Deus""""" são contra qualquer ato contra vida. Meio contraditório pois fazem parte da bancada BBB (bala, boi e bíblia) o qual está aliada - dentro e fora - do congresso com ex militares, policiais e outras "autoridades de segurança" que visam a morte de pessoas para solucionar casos como, por exemplo, roubo de supermercado, até porque, bandido bom é bandido morto, né deputados? Mas como não há mal que não possa piorar, o ilustríssimo Eduardo Cunha, já pos na mesa a votação da criminalização da H-E-T-E-R-O-F-O-B-I-A, mas claro, convenhamos, deve ser muito oprimido ser branco, rico, hétero e machista, tadinhos, não? Voltando ao retrocesso que foi a votação contra a venda de pílulas do dia seguinte, isso foi a prova real o quanto a direita conservadora do Congresso Nacional machista está contra as mulheres e todas as "tribos" o qual ferem sua, que os mesmos dizem ter, boa conduta. Votar para o corte da a venda desse medicamento, é compactuar com o crescimento descontrolado da população (que em sua maioria ficará desamparada, pois boa parte das compradores da pílula são mulheres de uma classe mais desfavorecida que não querem ter filhos), é compactuar com a obrigação imposta pelo machismo que mulher deve ser mãe (mesmo contra sua vontade), é compactuar com um falso moralismo opressor diário que infelizmente está naturalizado.
Mas se não bastasse a dor de cabeça que o Cunha nos proporcionou, nos deparamos com comentários disfarçados de humor que carregam pedofilia explicita envolvendo a participante de um reality show infantil, Valentina. Onde nas redes sociais, principalmente no twitter, o programa jr. de culinária foi completamente sexualizado com piadas de baixo calão envolvendo participantes, mas principalmente a menina Valentina de 12 anos. A naturalização da opressão, disfarçada de humor e piadinhas sem graça, traz para nossa sociedade coisas como a pedofilia em discursos virtuais como brincadeira. Valentina, que provavelmente acompanhou alguns twitts desse dia lamentável, se deparou com coisas do tipo: "valentina vai gostar de mete linguadinha na b* to sentindo o cheiro de coiro daqui" "sobre essa Valentina:se tiver consenso é pedofilia?" "#valentinanaplayboy , entre outras coisas que provavelmente assustou ela, por ser uma criança de 12 anos, convenhamos, eu com 20 anos fico completamente anojada e assustada com discursos como esses. Discursos os quais são rotineiros na vida de muitas meninas que estão passando pelo processo de crescimento do seu corpo e que são oprimidas pelo "machismo-pedófilo" que desde nova tentam resumi-las em objetos sexuais. Parei para ler outros twitts dessas "pessoas" e para a minha, não, surpresa, advinha.. Quase 99% desses seres podres, são seguidores do dep. Jair Bolsonaro, ou como eles mesmo dizem, Bolsomito (para eu, bolsomerda). Acho que isso já responde boa parte das questões sobre o que essa gentalha tem na cabeça.
Que dias como o 21.10.2015, seja para fortalecimento e convicção das nossas pautas e lutas, que não caia no esquecimento os protagonistas do show de horror do resultado da proibição da venda da pílula (os deputados), que não caia no esquecimento quem os pedófilos escrotos e opressores do twitter seguem e admitam (Bolsonaro). Que dias com tanto retrocesso como esse, seja 1 em 1 milhão que conquistaremos nossos direitos e fortaleceremos o respeito por todxs. Precisamos nós, coletivos por igualdade, unificar nossas forças e ir para as ruas pelos direitos das nossas mulheres e pelo direito da venda e compra, legal, da pílula do dia seguinte. Todo nosso amor as crianças vítimas de pedofilia todos os dias no mundo inteiro, todo amor a todos nós que lutamos contra toda forma de ódio, todo amor a nossas lutas e todo amor ao nosso amor.
- Ingrid Fraga
terça-feira, 13 de outubro de 2015
FUI ABUSADA
Hoje, assim como todos os dias, fui abusada.
Abusaram de mim de várias formas,
Física, psicológica e até mesmo com os olhos.
Abusaram e abusam de forma incontrolável.
Abusam de mim quando me chamam de puta,
Pelo simples fato de eu estar me comportando fora dos "padrões",
Até mesmo por eu estar vestindo algo que não agrade seus olhos.
Ah, os seus olhos..
Um dos maiores abusadores, nojentos e sem limite algum,
Que percorre meu corpo da maneira mais nojenta, desde que comecei a "ser mocinha"
Olhos que algumas vezes nem esperam crescer,
Abusam de maneira pedófila e nojenta,
Duplicando o abuso.
Abusam de mim quando dizem,
Ou tentam dizer,
O que devo ou não vestir
Como devo ou não andar
Quem e quantos devo beijar.
Abusam de mim quando me culpam por tudo;
Por não me apaixonar,
Por não querer ter filhos,
Por não gostar do que "a maioria" (que particularmente, não sei que maioria é essa) gosta,
Por receber cantadinhas escrotas na rua, na instituição de ensino, no trabalho e até virtualmente,
Quando não passam dos limites, me culpando por eu ter sido estuprada.
Abusam de mim quando passam por cima do meu não,
Quando seguem fazendo chantagens emocionais
Até mesmo me perseguindo
Fazendo outras pessoas acreditarem que isso é romântico.
Abusam de mim quando romantizão meu drama,
Quando questionam "pra que feminismo?"
Quando falam que estou me fazendo de vítima,
Quando tentam me oprimir,
Quando tentam diminuir minha luta,
Quando ligam o feminismo ao vitimismo e até mesmo ao querer ser superior.
Em mim tenho todos os sonhos e vontades do mundo,
Vontades físicas, sentimentais e mentais.
Só minhas, MINHAS VONTADES;
Vontades que não precisam de seus rótulos, opiniões e principalmente não precisam do seu abuso.
Quando criança,
Não sabia o que queria ser quando crescer.
Hoje sem dúvida eu sei,
Quero ser livre do seu machismo, classismo, racismo;
Quero ser livre de seus rótulos, sua homofobia e de tudo mais de ruim que tiveres para me oferecer.
Enquanto insistires em me abusar
Terá que ouvir, obrigatoriamente, TUDO que eu quiser falar,
Palavras da minha cabeça, alma e coração.
Pois assim como Frida
Eu não me Kahlo.
/ Ingrid Fraga
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