quarta-feira, 30 de setembro de 2015

FAMÍLIA ADICIONAL BRASILEIRA.

Na semana passada, nós brasileiros vimos ser aprovado no congresso nacional - muito mal presidido, que fique bem claro - um dos maiores retrocessos de 2015, talvez dos últimos 12 anos. O tal aquele, que diz que família tradicional é apenas entre união heterossexual (pai e mãe) e filhos, excluindo de maneira explícita as famílias compostas por pais do mesmo sexo, sem pais, sem filhos, enfim, excluindo TODOS os tipos de "agregação" embaixo do mesmo teto que não seja a citada. Ao contrário fica sendo o que, hein deputados que votaram a favor? Fico no aguardo de um nome para isso que vocês dizem não ser família, pois não é tradicional, claro, aos seus olhos conservadores, arcaicos e preconceituosos. Eu vim de uma família completamente não tradicional, logo, de cara já saio do "novo" - que é mais velho que Blau Blau - termo de família. Em estados separados, tive casas onde as "bases" eram apenas pai, apenas mãe, avós (não casados com os pais dos meus pais), pelo Brasil a fora, tixs, primxs, etc., que compuseram e consolidaram suas famílias longe, e muito, desse padrão. Padrão que ao meu ver é opressor, homofóbico, machista, sexista, entre mil outros adjetivos que não perderei meu tempo citando. A bancada BBB (bala, boi e bíblia) conseguiram, mais uma vez, colocar as pessoas que se encontram fora do maldito padrão conservador "abaixo" deles. Mostrando o seu poder e sua família como exemplo, mas vem cá deputados, exemplo de.. (?) "PADRÃO E BOA MORAL", muitos já disseram e dirão isso. Quero saber, qual a imoralidade das famílias de todas as formas? Deixando claro, que nosso país é pluricultural, pluriracial, pluri tudo que vocês imaginarem e assim como todo o resto, foi imposto mais essa a nós, o padrão da família brasileira. Só que dessa vez o intuito deles foi muito mais amplo que aparenta, eles atingiram a mais da maioria do país, famílias com bases em mulheres ou homens (sem pai ou mãe), famílias onde os filhos/netos/sobrinhos não são criados pelos pais, famílias o qual os próprios irmãos se criam (pela ausência familiar parental), famílias onde homossexuais são a base - que ao meu ver o projeto tem como alvo maior a difamação dessas famílias- dentre outras famílias, sem filhos, que entraram no "fora do normal". Destacar, que as famílias fora do padrão são a maioria :) Minha concepção de família as vezes parece ser algo tão surreal, mas quando vejo pessoas que carregam as mesmas idéias que eu vejo que, surreal são eles - Cunhas, Bolsonaros, Malafaias - que vomitam no verdadeiro significado da palavra família, que impõe seu ódio e mostram de forma clara que não sabe N-A-D-A do amor. Amor o qual é (ao menos deveria ser) o maior sinônimo da palavra família. Amor o qual não se vê se é hetero, homo ou qualquer outro tipo. Amor que não vê se é composta por pais, avós, tios, padrinhos e qualquer outro tipo de laço. Amor que adiciona na vida dos indivíduos que compõe aquele coletivo. Coletivo o qual tem o papel de base na vida, caráter das pessoas o qual compõe aquele "agregado" de gente dividindo o mesmo teto. Família não tem que ser tradicional, a família, a nossa família, ela deve ser a ADICIONAL BRASILEIRA. Adicionar amor, afeto, respeito, carinho e tudo de mais lindo que pode ser trocado por mais de um individuo. Família é aquilo que tem o papel de nos ensinar o que de mais lindo podemos fazer enquanto vivos, que é semear o amor e o respeito. Por tudo, todos e sempre! Mães, pais, avós, tios, casais (homo e hete), filhos, animais de estimação, sobrinhos, afilhados, padrinhos, netos, irmãos, primos.. Enfim, qualquer tipo de coletivo familiar, vocês são lindos e sua família existe! As famílias tradicionais, desejo amor! As famílias não tradicionais, desejo todo o amor e respeito do mundo! As famílias adicionais, desejo todo - o meu - amor e respeito.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ESCOLHA SER O QUE VOCÊ QUER.

Quando nós mulheres nascemos, junto conosco vem um manual padrão praticamente mundial, qual nele o machismo e o conservadorismo impera em cada linha. Nele tem frases típicas como: "isso não pode, é coisa de menino", "senta igual mocinha", "menina de família", "assim nenhum homem vai te querer", entre outras que nós, mulheres, conhecemos beeeeeem! Começo o texto de hoje com um questionamento, quando os pais do século XXI cairão em sí e ensinarão suas filhas a usufruírem do que mulheres durante a história mundial morreram pra conquistar? E também, quando os pais de meninos ensinarão seus filhos que mulher não é o que eles querem que elas sejam e sim o que elas optam a ser, e também que mulher não é nenhum objeto de satisfação sexual masculina? Quando também os pais, de ambos os sexos, enfiaram seu conservadorismo na bunda e vão ensinar o amor e o respeito para os seus filhos visando uma sociedade livre de qualquer padrão arcaico que mata todos os dias, como o machismo por exemplo.
Escuto, de mulheres, desde que inicei minha militância que eu sou o "terror dos machistas" que se por um lado isso era emancipador (pelo bem comum do sexo feminino) pelo outro eu corria sérios riscos de não casar, não ter filhos e coisas do gênero. Admito, no início eu dava muita bola. Mas não temendo "ficar para a titia", o grande problema eram as meninas - de mesma idade ou superior a minha - se preocuparem com meus futuros não filhos e não casamento, como se isso fosse o apse da felicidade da vida de todas as mulheres do mundo. Acredito que muitas sonham com casamento, filhos, constituição da família e acho que se a mulher deseja ter filhos, casar, dividir sua vida entre família, vida social e pessoal, ela é livre e consciente de seguir atrás disso, como se ela quiser largar a vida construída até o casamento para cuidar dos seus filhos, ela deve ir também. Mas SE ELA QUISER, APENAS SE ELA Q U I S E R , não porque o histórico machista da família, seja dela ou dele, manda ela ir cuidar da família - de ambos - por uma questão machista onde antigamente dizia que o homem bancava e a mulher se submetia contra sua vontade a ficar em casa cuidando da família. A construção social da mulher nos tempos de vovó, até nos tempos de algumas de nossas mães, eram restrita à mulher ser empregada doméstica, da família, e objeto de reprodução, obrigando as mesmas a serem condenadas o resto da vida muitas vezes a infelicidade (sem colocar na mesa a questão patriarcal, que submetia muitas dessas mulheres à agressões físicas, morais e as vezes até à morte). Tudo isso pela questão machista da sociedade, que nomeava as mulheres separadas de inúmeras ofensas de submissão de valores comprada a outras mulheres, como por exemplo a mera palavra desquitada, que era usada de forma agressiva seguida por uma maré de ofensas como as conhecidas no nosso atual dicionario de adjetivos não legais (vagabunda, puta, sem vergonha..). Cabe a nós, pessoas - homens e mulheres - do século XXI, quebrar mais esse padrão imposto para nossas mulheres. O qual praticamente a obriga a absorver a ideia que só será feliz, se além de toda a felicidade que ela correu a vida inteira para conquista, ela ainda vai ter que compôr sua família com casamento, filhos, cachorro e etc, pois ao contrário ela ficará falada na sociedade e também dentro da sua própria casa, pois se existe um setor da sociedade o qual oprime uma mulher como ninguém o nome desse setor é a própria família da mesma. Mas vamos com calma aí cowboy, vamos aos fatos: se a mulher tem filho cedo demais, ela é puta, irresponsável e não se valorizou. Agora, se ela opta pelo adiamentos da maternidade (deixa para ter depois dos 30) ou simplesmente por não ter filho, ela é fria, ela ficará para a ficará para a titia e até mesmo não é mulher de VERDADE? Que isso produção, me ajude a entender, além do machismo impor o que devemos ser ele também impõe o momento que devemos ser? KKKKKKKKKKK. Vocês e seu machismo não são nada para dizer quando, o que e quando um mulher tem que ser. Nós assim como  os homens, somos donas do nosso próprio tempo, escolha e vontade. Decidimos o que, quando, onde, como e com quem.
  Se eu quiser casar, casarei quando e com quem eu quiser. Se eu quiser ter filhos, terei quando e da forma, biológica ou adotiva, que eu quiser. Sentarei da forma que eu quiser. Usarei o que eu quiser, quando eu quiser e como eu quiser. Cantarei, ouvirei e dançarei o que quiser. Irei aonde me der na telha. Viverei a minha maneira, serei livre em busca da felicidade e sempre lutando pela felicidade de todas as mulheres (mesmo que elas de forma cega, me ofenda com discursos machistas). Agora, meninas que temiam meu futuro, se ser livre e convicta é ficar pra titia: FICAR PRA TITIA É UMA DELÍCIAAAAAAAA!
/Ingrid Fraga